Texto de José Amaro Siqueira Valente
Para falarmos do dia 20 de novembro, é necessário fazer uma retrospectiva sobre o dia 13 de maio de 1888, quando, no Palácio do Rio de Janeiro, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que supostamente aboliu a escravidão no Brasil. “Áurea” significa “de ouro”, uma expressão que faz referência ao caráter glorioso da lei que, teoricamente, pôs fim a essa forma desumana de exploração do trabalho.
O dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, surgiu a partir da iniciativa de um grupo de jovens negros de Porto Alegre: Antônio Carlos Côrtes (estudante de Direito), Ilmo Silva (estudante de Economia), Vilmar Nunes (estudante de Administração e servidor público) e Oliveira Silveira (professor formado pela UFRGS), que formaram o grupo Palmares.
A data foi escolhida para homenagear Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695 pelos bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Essa data tornou-se um símbolo da luta do nosso povo contra o racismo, relembrando a imensa contribuição de negros e negras na construção da cultura brasileira. É um momento de conscientização, afirmação e orgulho. Nós, do Movimento Negro Unificado, construímos essa data, lutando pelo ideal de uma sociedade onde o respeito seja uma construção de todos para todos.
Amaro, Coordenador Municipal do Movimento Negro Unificado de Itaboraí, idealizador e realizador da premiação “Lanceiro Negro”, um dos fundadores do “Axé em Luta”, idealizador e realizador do “Encontro dos Escritores Negros e Escritoras Negras”, e primeiro conselheiro administrativo negro do Brasil, reforça a importância dessa luta e da celebração do Dia da Consciência Negra.