Por: Irene C. Violante
O tema desta matéria trás uma reflexão para a maioria dos leitores. Ninguém sabe a sua posição na fila da vida. Para alguns, falar sobre o fim da vida é talvez o final de um sonho, para outros, é onde as pessoas deixam sua história registrada à familiares e gerações futuras.
Os cemitérios são locais onde o silêncio parece falar mais alto do que qualquer palavra proferida. Cada túmulo conta uma história, cada lápide guarda memórias, e cada visita é um momento de reflexão sobre a finitude da existência humana. Ao adentrar em um cemitério, somos confrontados com a fragilidade da vida e a inevitabilidade da morte.
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Em meio às fileiras de túmulos, uma sensação de serenidade que permeia o ar. O tempo parece desacelerar, e os problemas cotidianos perdem sua relevância diante da magnitude da existência. É um espaço onde podemos nos conectar com nossos entes queridos que partiram, onde podemos honrar sua memória e manter viva a chama de seu legado.
Os cemitérios são mais do que apenas locais de luto e saudade. São também verdadeiros museus a céu aberto, repletos de arte e história. Por mais que a ideia de visitar um cemitério possa parecer sombria para alguns, no final das contas, são espaços que nos lembram da preciosidade da vida e da importância de viver cada dia com plenitude e gratidão.
No município de Itaboraí, há quatro cemitérios administrados pela prefeitura: Porto das Caixas, Itambí, Sambaetida e São João Batista, este último localizado no centro da cidade, tendo sua planta aprovada em 25 de maio de 1849. Neste cemitério foram enterradas pessoas ilustres, entre elas, seu fundador, o político João Batista.
Há 9 anos, a coordenadora Maria Santos é a responsável pelo São João Batista. Ela relata que no cemitério são enterradas, em média, de 6 a 8 pessoas por dia. No entanto, durante o inverno, entre os meses de junho a agosto, é comum haver um aumento de enterros. A ocorrência de paradas respiratórias, sobretudo na faixa da terceira idade, eleva o número de falecimentos.
Antigamente, o funeral, na maioria das vezes, era realizado nas casas com a presença dos familiares e amigos. Embora ainda seja permitido, hoje esta prática não é mais tão comum nos centros urbanos. O funeral é um momento delicado da vida. O luto gera dor e pode desencadear reações emocionais complexas e difíceis. Diante desta dificuldade, a coordenadora Maria Santos procura transmitir tranquilidade e ser flexível em eventuais conflitos que possam acontecer no local neste momento por vezes perturbador.
Termos como túmulos, jazigos e gavetas são comuns nos cemitérios. Todos esses três são tipos de sepulturas, ou seja, o local onde ficam os corpos. O túmulo é a cova onde é enterrado o caixão. Por lei, passados 3 anos do enterro, ocorre a exumação, que é a retirada do corpo do caixão. Nesse momento a maior parte do corpo já se decompôs, havendo apenas os restos mortais. Os restos mortais são transferidos para uma caixa e colocadas no jazigo ou, em alguns casos, cremados. No jazigo é comum alojar membros de uma mesma família. As gavetas são as repartições de um jazigo.
O cemitério São João Batista fica aberto todos os dias, das 8h às 17h. A funerária municipal, localizada em frente ao cemitério, está aberta 24 horas, permitindo a compra de coroa ou de caixão. O dia de maior visitação ocorre no feriado de finados.
A coordenadora Maria Santos deixa uma reflexão para os leitores: “como tem aproveitado a vida? Que tenhamos mais amor ao próximo, paz, respeito e empatia”.