Em maio (11), entre 11h e 20h30, foi realizado o primeiro Festival Presente às Águas em Maricá, um evento com o objetivo de promover e valorizar os legados ancestrais e a preservação das tradições dos povos tradicionais e originários

Organizado pelo Coletivo Axé em Luta, em parceria com a Prefeitura de Maricá, Secult de Maricá e as Secretarias do Município, contou com a participação de colaboradores e representantes de diferentes organizações, tanto da gestão pública quanto da sociedade civil.

O Coletivo Axé em Luta, presidido por Ariane Magalhães, idealizadora do projeto, tem trabalhado desde fevereiro de 2023 para articular este evento, unindo esforços com terreiros, principalmente o Terreiro Afro Meankessu, com o apoio das Secretarias e instituições de Maricá, como Força do Axé de Maricá, FORMA, MOVIDADE, Secretaria de Turismo, e principalmente a Secretaria de Assuntos Religiosos e o Instituto Darcy Ribeiro. A construção do festival foi resultado do envolvimento de todos os envolvidos, com o objetivo de garantir os direitos, preservar e perpetuar a herança ancestral. As águas foram movimentadas durante o festival para homenagear as divindades Yemanjá, Oxum, Iansã, Nanã, Obá, Ewá, Logunedé e Santa Sara Kali. Essas divindades representam a matriz das Grandes Mães Pretas e são fundamentais na religiosidade dos Povos Tradicionais
O Festival Presente às Águas contou com a participação de representantes de diversas cidades, como Itaboraí, São Gonçalo, Magé, São Pedro da Aldeia, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Tanguá, Maricá e até mesmo Leopoldina, em Minas Gerais, e teve momentos importantes, como o trajeto que partiu da Fonte dos Bambuzais na estrada de Pacheco, com a entrega do presente de Yansã, a ida de colaboradores e representantes das Casas de Matrizes Africanas ao terreno em Ponta Negra, que será destinado ao Espaço Afro Religioso de Maricá e, por fim, a chegada à praia de Ponta Negra, próximo ao canal.
O projeto do Espaço Afro-religioso, elaborado pelo IDR Maricá em conjunto com a Secretaria de Assuntos Religiosos, tem como objetivo promover a diversidade da cultura dos povos tradicionais e originários.
Após uma visita ao local, para uma reza e um grande abraço, todos se dirigiram à Praia de Ponta Negra para dar continuidade aos atos religiosos, como o Xirê e a entrega dos balaios. O Projeto Erê garantiu comida de terreiro gratuita para os participantes do Festival, que também se reuniram para fazer uma mesa de café coletivo.

Durante a programação, foram entregues homenagens a diferentes personalidades, como Dr. Guilherme Pimentel, Dra. Mariana, Fabiana Silva, Tata Kinbanda Sessimean, Fernando Calderón, Axogun Ademir, Eliane Arruda, Aduni Benton, Mametu Zinguerê, Iya Márcia Passos, Babá Gilmar Hugues de Oya, Iya Marcinha de Oxum, Moba Tainan, Babalorixá Guilherme de Logunedé, Pai Liminha de Maricá, Mãe Joyce, Everton Reis, Mãe Márcia Marçal, Mãe Jaci, Kília Maria, Larissa Novato, Luciana Pireda, Leci Abertini, Pai Cláudio de Ayra, Carlos de Aruanda, Mametu Meankessu, coordenadora de assuntos religiosos do evento, entre outros. Além das homenagens, o festival também contou com diversas apresentações artísticas, como Flávio Cavalcante, Omo Birim, Pérola Magalhães, Marinelma Figueiredo, Bruno Paiva, Ellen Motta, Mar de Oxum e Identidade Preta.
O Festival Presente às Águas em Maricá foi um momento de celebração e valorização da herança ancestral, promovendo a diversidade cultural e destacando a importância da religiosidade e do sagrado feminino, a cultura matriarcal e matrilinear de Mãe África, que mesmo após a diáspora, não se desconectou de seus filhos.

Os colaboradores Mametu Meakessu, Viviane Reis, Rodrigo Palomo, Roseane Nobre, Lara Reis, Pérola Magalhães, Rodrigo Farias, Diego Antunes, Roseane Nobre e Cleyton dos Santos, entre outros, tiveram um papel fundamental na organização e realização desse festival, proporcionando momentos de conexão com a ancestralidade e fortalecendo os laços entre as diferentes culturas. E a família Cavalcante desenvolveu a arte sagrada.
Este ato cultural mostrou que é possível valorizar os povos do terreiro de maneira abrangente. O evento teve apoio da Prefeitura de Maricá, que proporcionou a estrutura e organização que atendeu e acolheram todas as demandas e pedidos para a realização do evento, que contou com a presença aproximada de quinhentas pessoas.

Para a presidente do Coletivo Axé em Luta, Ariane Magalhães, o primeiro Festival Presente às Águas em Maricá foi uma idealização de várias lutas e sua realização foi um presente para todos.
“Assim como um filho esperado, planejado e bem-vindo, nasceu o Presente às Águas: acolhedor, inclusivo e transversal, como abraço de mãe”, afirma Ariane Magalhães.



