Moradores do bairro Retiro, conhecido como “Cidade Perdida” em Itaboraí, enfrentam uma realidade difícil e desafiadora. Nossa equipe de reportagem esteve no local para averiguar as denúncias frequentes recebidas em relação às carências que os moradores enfrentam, e o que encontramos foi um cenário de abandono e negligência por parte das autoridades municipais.
Na rua Eulina Vieira Fernandes, na altura do número 65, já começam os sinais de abandono. A falta de asfalto e lixos espalhados pelas ruas são facilmente encontrados. Ao percorrer pela via, que é bastante extensa, fica cada vez mais evidente a ausência de coleta de lixo, o que obriga os moradores a queimarem seus resíduos para evitar o acúmulo. Alguns moradores transportam seus resíduos até as vias principais, onde ocorre a coleta.
A falta de iluminação não apenas dificulta a locomoção dos moradores à noite, mas também gera preocupações para seus familiares, que temem pela segurança dos entes queridos. A situação é agravada pela inexistência de transporte público no local, o que obriga quem não tem veículo a percorrer longas distâncias exaustivas a pé, como relata Caio Victor, de 23 anos.
“Perco muito tempo levando e buscando meus sobrinhos a pé do colégio. Quando termino, é a minha vez de ir para o colégio também. Passo o dia inteiro caminhando.”

Além desses desafios, os moradores enfrentam a carência de saneamento básico, sendo obrigados a construir suas próprias fossas para o descarte de dejetos, uma prática insalubre e perigosa, especialmente durante períodos de chuva, quando há o risco de contaminação da água de poços e alagamentos.
A indignação dos moradores é evidente, especialmente diante do fato de que continuam pagando taxas de iluminação pública e outros impostos. “Somos esquecidos na hora de receber os serviços, mas na hora de pagar não somos. Pagamos impostos como qualquer um, mas somos completamente abandonados pela prefeitura de Itaboraí”, desabafa Rosane Paiva, do loteamento 1031, QD 13.

O Retiro tem características fortes rurais, presença de bois, casas estilo fazenda, onde segundo moradores, pessoas utilizam esses imóveis para relaxar, passar o fim de semana, mas a realidade dos moradores que precisam conviver com os próprios dejetos, utilizar água de poço, ter iluminação pública precária, queimar e transportar seus lixos por falta de coleta, andar quilômetros para pegar ônibus está longe de ser algo relaxante.
Diante dessas questões, entramos em contato com a prefeitura de Itaboraí em busca de respostas para essas questões. No entanto, até o fechamento desta matéria, não recebemos respostas.