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Elcio Boccaletti França é a prova que é possível transformar dor em amor

Transformando dor em amor, nasceu o Centro Terapêutico Elcio Boccaletti França (CTEBF). O lugar, que hoje leva esperança a várias famílias, foi cenário de uma tragédia há 15 anos atrás, onde uma família de quatro pessoas morreu. Tudo começou quando um pai de família, diante de um transtorno metal, matou esposa, filhos e se suicidou no local. Diante desse sofrimento, a mãe do autor do ocorrido, a comerciante, aposentada e presidenta do Elcio Boccaletti França, Glória França Teixeira, de 72 anos, que não gosta de ser chamada de dona do Centro Terapêutico, nem de aparecer, pois como ela diz “ninguém é dono de nada”, para ela, a casa é de todos. Glória é engajada nos trabalhos socias da casa, mantêm as manutenções do local, paga água, luz, telefone e não cobra aluguel do imóvel. A aposentada, pensando em ampliar o CTEBF, doou um terreno na mesma rua, para que o local possa atender ainda mais pessoas. Para Glória, toda dor foi transformada em amor. “Hoje eu só agradeço. Sou grata a Deus por tudo, porque passar pela vida e não olhar para o irmão, é como se não tivesse passado por aqui. Deus me enviou para poder ajudar o próximo, com isso a dor não fica mais tão doida”, afirma a aposentada.

A comerciante deu um destino feliz ao local, ajudando pessoas com transtornos emocionais. O Centro Terapêutico Elcio Boccaletti França é uma organização sem fins lucrativos, iniciando suas atividades 13/10/2010.  No início das atividades, o centro terapêutico, contava com apenas 5 profissionais voluntários, hoje conta com 40 voluntários em diversas áreas, entre elas: Psicologia individual e em grupo, psicopedagogia, serviço social, aconselhamento em dependência química, acupuntura, grupos de terapia com NA (Narcóticos Anônimos), terapias de recaída, auriculoterapia e oficina de teatro.

A casa é muito espiritualizada, todas as quintas-feiras, às 15h tem reunião para rezar o terço e toda última sexta-feira do mês realizam uma missa, mas o Centro Terapêutico, não faz distinção de credo religioso. Com o propósito de acolher, confortar e tratar, todas as pessoas, independente de classe social, raça, credo, ajudando o próximo em sua dor, seja física ou emocional, levando conforto a quem precisa, a CTEBF atende em torno de 800 pessoas por mês.

Para Guilherme Brener, de 26 anos, psicólogo voluntário da casa, um amigo o indicou para estagiar no local, dizendo que no Centro Terapêutico é o lugar que mais se aprende sobre psicologia e ética, a partir daí ele também quis ter essa experiência. “Aqui eu também aprendo, vou além da psicologia clínica, estou enriquecendo minha bagagem profissional”, afirma o profissional.

A poeta e psicanalista, Rafaela Fragoso, de 40 anos, também é voluntariada no Instituto. Com o projeto Reciclando Emoções, ela une a experiência de psicanalista, a escrita e a sustentabilidade. A artista ajuda mulheres a se expressarem. Rafaela aproveita o tempo que as mulheres estão na sala de espera para outro atendimento e aplica o método. Assim a mulheres não ficam cansadas esperando e até torcem para que o próximo atendimento demore mais um pouco.

O centro terapêutico, não tem ajuda governamental e ainda ajuda o município desafogando os atendimentos de saúde nos órgãos públicos.

A casa conta com voluntários para atender à população de Itaboraí e adjacências, tendo um bazar que ajuda na captação de recursos para sustentar o projeto. Pessoas que passam pelo atendimento público da cidade, são aconselhadas a se dirigirem para o Elcio Boccaletti França, a casa chegou prestar mil atendimento por mês, todo trabalho prestado é gratuito.

Para o aposentado Antônio da Gama Gonçalves, de 82 anos, que ministra reuniões dos Narcóticos Anônimos (NA), na casa há 11 anos. É um privilégio ajudar quem precisa, seu Antônio que teve um quadro de depressão profunda afirma.

“Poder ajudar a quem precisa é a minha vida, porque eu precisei muito de ajuda e hoje poder ajudar é a minha maior satisfação, eu cheguei em um quadro de depressão tão profundo que eu pedia a Deus para tirar a minha vida todos os dias, eu rezava pra Deus pra não acordar mais”.

O NA funciona 2 vezes na semana, as quartas-feiras 19h e as sextas-feiras as 15h.

A pessoa vem cuidar do outro e ela acaba sendo cuidada, foi o que aconteceu com o terapeuta Antônio José de 60 anos, que atendeu a equipe do Itaboraí Já, no quarto em que ainda tem a marca do projétil da tragédia no chão. O terapeuta quando viu a casa, que ainda estava fechada, pensou em alugar para montar uma clínica particular, a ideia era ganhar dinheiro com o empreendimento, mas ouviu da Glória França Teixeira, que ali não era o lugar pra ele ganhar dinheiro, ao mesmo tempo profetizando que se ele aceitasse ajudar voluntariamente os mais necessitados, na sua carteira não lhe faltaria mais dinheiro. Antônio aceitou o desafio e como afirma o próprio, desde então nunca mais lhe faltou dinheiro, porque muitas portas se abriram.

A assistente social, Rosana Araújo, de 58 anos, coordenadora do centro terapêutico, que chegou na casa no início de seu funcionamento, já assistiu várias pessoas chegarem no local com comportamento suicida, com depressão profunda, pessoas com dores emocionais tão fortes que doía o corpo inteiro, ao ponto de usar cadeiras de rodas, pessoas que foram curadas, que tiveram suas vidas transformas. Rosane pode assistir a transformações de muitas pessoas que passaram pela casa, acompanhar o desenvolvimento de cada um, pois as pessoas que são atendidas lá, continuam sendo acompanhadas e contando com a ajudada do Instituto. “No centro Terapêutico tenho a oportunidade de trabalhar com amor e por amor, pessoas precisam de ajuda, entendo que posso ir um pouco mais além e não pouparei esforços em ajuda-las”, afirma Rosana.                                                                                               

O CTEBF, funciona na Rua João Caetano, 177, Itaborái. Quem quiser conhecer, ajudar e ajudar o Instituto, entre em contato através do tel: (021) 2635-1883 ou através do direct na página Centro Terapêutico Elcio Boccaletti França no Facebook.

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